População em Cabo Delgado desafia governo e explora ouro por conta própria
Apesar dos apelos e restrições do governo, populações locais em várias comunidades da província de Cabo Delgado continuam a explorar ouro de forma artesanal e por iniciativa própria. A atividade, considerada ilegal pelas autoridades, tem sido impulsionada pela pobreza, o desemprego e a falta de alternativas económicas.
Moradores das zonas mais afetadas alegam que a mineração artesanal é, para muitos, a única forma de garantir o sustento das famílias. “Não temos emprego, não temos apoios. O ouro é o que nos resta”, afirma um garimpeiro da região de Montepuez, sob anonimato.
O governo moçambicano tem alertado para os perigos da mineração descontrolada, incluindo riscos ambientais, conflitos com empresas licenciadas e até ligações com redes criminosas. No entanto, a presença fraca do Estado em áreas remotas e a crescente demanda por minerais valiosos tornam difícil o controlo da atividade.
Especialistas pedem uma abordagem mais inclusiva por parte do governo, com políticas que integrem os mineiros artesanais na economia formal. "Reprimir não resolve. É preciso reconhecer a realidade local e criar mecanismos de legalização e apoio técnico", defende um analista de recursos naturais.
Enquanto isso, a tensão entre o desejo das comunidades por sobrevivência e os interesses do Estado continua a crescer, refletindo os desafios complexos da gestão dos recursos naturais em Moçambique.
Sem comentários
Deixe seu comentário