Cabo Delgado: Empresários dizem “vale pena” ter de novo escoltas militares para acabar com cobranças
O sector empresarial de Cabo Delgado sugere a retoma imediata das escoltas militares nos troços críticos da província, perante o aumento de cobranças ilícitas feitas por supostos grupos terroristas e os casos de raptos que assolam as estradas do norte do País.
Segundo o presidente do conselho empresarial de Cabo Delgado, Mamudo Irache, que falava após um encontro com o Governo provincial na terça-feira (15), os troços entre Macomia e Oasse, zonas anteriormente afectadas por ataques armados, são as vias que mais registam imposições de condições para circulação de pessoas e bens em Cabo Delgado.
De acordo com o empresário, citado pela TV Miramar, desde Janeiro foram contabilizadas naquela via, pelo menos 104 viaturas interceptadas. As taxas impostas pelos insurgentes para permitir a circulação de veículos variam entre 200 mil meticais a 350 mil meticais.
“Imagina se você não tem o dinheiro, a viatura vai em cinza”, afirmou Mamudo Irache.
Recorde-se que segundo uma publicação do portal Ikweli, os insurgentes obrigaram no último sábado (12), o pagamento de taxas no troço entre Macomia e Oasse, para a liberação de barricadas montadas para o efeito.
A mesma publicação refere que os cidadãos que faziam-se transportar em viaturas de serviços semi-colectivo de passageiros foram feitos reféns, aos motoristas cobrados valores monetários fixados em 50 mil meticais por cada veículo.
Entretanto, para Mamudo Irache, além das extorsões, os terroristas têm também fomentado raptos nas vias, destacando por isso, que a retirada das escoltas militares terá contribuído para a crescente insegurança
“Pedimos a retoma da escolta, este é o primeiro ponto. Retomando a escolta, obviamente os empresários sentir-se-iam mais seguros”, apelou o responsável, acrescentando que seria igualmente importante a colocação de posições militares permanentes nas zonas identificadas como de risco.
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