Quelimane: PRM desmente tentativa de homicídio contra apoiante de Venâncio Mondlane
A Polícia da República de Moçambique (PRM) na província da Zambézia desmentiu, esta segunda-feira (01), ter havido um atentado contra Jonathan Sulemane, activista social e apoiante do então candidato presidencial, Venâncio Mondlane, após relatos de um suposto ataque à sua residência, no bairro Sinacurra, em Quelimane, na madrugada de sábado.
Segundo uma publicação do Mediafax, que cita um primo daquela que agora é somente uma suposta vítima, a casa de Sulemane teria sido parcialmente incendiada por desconhecidos, tendo sido encontrados dois projécteis de bala sobre a cama, numa aparente tentativa de homicídio.
No entanto, a porta-voz da PRM, Belarmina Henriques, disse, em conferência de imprensa, que as evidências recolhidas no local não sustentam a versão de atentado.
A porta-voz explicou que após a tomada de conhecimento da ocorrência, uma equipa multissectorial apurou que, às duas horas da madrugada do dia 28, o trabalhador da vítima terá relatado que houve disparos, mas a PRM afirma que há contradições no seu relato.
“O trabalhador da suposta vítima teria [relatado que teria] havido sim disparos, porém contradiz-se quando o mesmo afirma que não teria visualizado, no momento dos factos, pois encontrava-se a dormir”, afirmou Henriques.
De acordo com a PRM, a investigação preliminar revelou que um dos projécteis encontrados sobre a cama estava danificado, sem sinais de ter sido disparado no local.
Acrescentou que não foram identificadas perfurações de bala nas paredes, colchão ou outros objectos do quarto. E diz que a vizinhança não confirmou ter ouvido disparos ou notado movimentações suspeitas durante à madrugada.
E a vítima, que se encontra em parte incerta, não foi registar qualquer participação de ocorrência em subunidades policiais.
Diante de todas as provas preliminares, a PRM a nível da Zambézia considera que o cenário pode tratar-se de uma simulação, descartando, até ao momento, a hipótese de tentativa de homicídio.
“Presume-se que teria sido uma simulação e não uma tentativa de homicídio como as imagens tentam impingir nas redes sociais. Continuaremos atentos e vigilantes para que acções subversivas dessa natureza não possam criar instabilidade na nossa província”, reforçou a porta-voz.
A Polícia apelou ainda à suposta vítima para se apresentar às autoridades e prestar esclarecimentos, de modo a permitir o seguimento do caso.
“E convidamos a suposta vítima que se faça à subunidade ou às mais administrações de justiça existentes na nossa província para dar o seu parecer e dar-se o seguimento do caso”, advertiu a porta-voz.
O novo caso que envolve Jonathan Sulemane ocorre cerca de dois meses e meio após o ataque a Joel Amaral, mais conhecido por MC Trufafa.
Joel Amaral, apoiante de Venâncio Mondlane, foi baleado em Quelimane no dia 13 de Abril de 2025. Já o ataque contra Jonathan Sulemane aconteceu na madrugada de 28 de Junho.
Ambos episódios se inserem num contexto de crescente tensão política em Moçambique, especialmente após as eleições de 2024, e têm como alvo destacados apoiantes de Venâncio Mondlane.
Jonathan Sulemane, além de activista, foi delegado do partido PODEMOS em Quelimane e ganhou notoriedade em 2024, ao mobilizar 17 jovens para uma marcha simbólica, a pé, de Quelimane até Maputo, em apoio a Venâncio Mondlane, durante manifestações contra os resultados da votação de 9 de Outubro de 2024.
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