Amnistia Internacional apela ao Governo moçambicano para acabar com violência de Direitos Humanos
A Amnistia Internacional apela ao Governo moçambicano que acabe com a “repressão violenta e generalizada” de Direitos Humanos, e lembra que Direito Internacional proíbe o destacamento de militares para policiar protestos.
Moçambique está mergulhado desde 21 de Outubro, numa crise de manifestações onde dezenas de pessoas morreram e centenas ficaram feridas nos protestos pós-eleitorais.
A violência continua, apesar de organizações locais e internacionais, como a HRW ou a Amnistia Internacional, denunciarem o uso excessivo da força policial e militar nos protestos.
Segundo o director de comunicação da Amnistia Internacional Portugal, Miguel Marujo, que falava numa entrevista à DW, a violência está a pôr em causa os direitos de reunião pacífica, de manifestação e de liberdade de expressão.
“As pessoas estão a ser vítimas de uma violência das forças de segurança que coloca muitas vezes em risco vidas de civis e também nesse caso de crianças. A Amnistia Internacional condena o uso excessivo da violência por parte das forças de segurança”, assinalou.
De acordo com Miguel Marujo, a Amnistia tem desafiado várias instituições internacionais a actuarem junto do Governo de Moçambique e do Presidente da República no sentido de as autoridades colocarem um travão a toda esta situação. A fonte destaque que “o Governo tem a chave decisiva para pôr termo à violência, não reprimindo de forma violenta estas manifestações que têm ocorrido em Maputo e noutras cidades de Moçambique”.
“É importante que o Governo ponha termo à repressão violenta e generalizada dos Direitos Humanos e respeite os direitos de todos à liberdade de expressão, a reunirem-se pacificamente e manifestarem-se. É aquilo que não se tem verificado desde o início dos protestos”, salientou o responsável.
Mais adiante a Amnistia Internacional condena o Governo moçambicano por não pôr cobro a esta repressão violenta que já provocou mais de 70 mortes e muitos feridos.
“O Governo moçambicano é que está a falhar ao não pôr cobro a esta repressão violenta. O Governo moçambicano tem de se sentar rapidamente com as forças da sociedade civil e as forças políticas para chegar a um entendimento e se pôr cobro a esta ação policial, que tem sido extremamente violenta”, concluiu.
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