Seis pessoas da mesma família morreram carbonizadas dentro de casa
Dois indivíduos estão detidos na cidade de Nampula, suspeitos de integrar uma rede criminosa que usava documentos falsos para levantar dinheiro de contas bancárias de pessoas já falecidas.
O caso envolve o uso fraudulento da identidade de um antigo combatente, já falecido, cujo nome serviu para levantar mais de 128 mil meticais numa agência bancária em Pemba, província de Cabo Delgado.
De acordo com a Polícia da República de Moçambique (PRM), após o levantamento do valor em Pemba, os suspeitos tentaram sacar mais 50 mil meticais da mesma conta bancária na cidade de Nampula, mas acabaram surpreendidos pelas autoridades, que já estavam em alerta após a denúncia do primeiro levantamento suspeito.
Entre os detidos está uma mulher de 31 anos, alegadamente sobrinha do antigo combatente, e um homem de 54 anos, residente em Nampula, cuja fotografia foi utilizada na falsificação do Bilhete de Identidade. Um terceiro elemento, também oriundo de Pemba, encontra-se actualmente foragido.
“A cidadã falsificou a documentação do seu tio, já falecido. De posse do documento adulterado, deslocou-se ao banco onde levantou 128 mil meticais. Para facilitar a operação, substituíram a foto do falecido pela de um cúmplice,” explicou a porta-voz da PRM em Nampula, Rosa Chaúque.
Segundo uma publicação do jornal Rigor, após o crime, os suspeitos viajaram para Nampula, onde planearam um novo levantamento. No entanto, graças à rápida intervenção da polícia, a tentativa foi frustrada e os dois cúmplices detidos no acto.
Durante a apresentação pública, a mulher negou ter conhecimento da falsificação e alegou ter sido usada sem o seu consentimento pleno. “O meu tio pediu-me para o acompanhar ao banco e disse que iríamos levantar 50 mil meticais. Não sabia que havia fraude. Apenas assinei uma procuração,” disse em sua defesa.
Já o homem de 54 anos confessou o crime, alegando ter agido por necessidade. “Tenho oito filhos e dificuldades. O meu cunhado propôs que eu me apresentasse como o falecido. Prometeram-me uma parte do dinheiro. Levantaram 128 mil em Pemba e só me deram seis mil. Disseram que, a partir daquele dia, eu seria o dono da conta e receberia dois mil por mês,” declarou.
O detido afirmou ainda que conheceu a jovem no próprio dia da detenção e garantiu não ter tido envolvimento directo com os demais cúmplices. “Mesmo sabendo que era crime, aceitei por causa do dinheiro. Estou arrependido,” concluiu.