CAD acusa PGR de tentativa de silenciar vozes críticas no País

O presidente da Coligação Aliança Democrática – CAD e o respectivo porta-voz foram ouvidos, nesta quinta-feira (26), pela Procuradoria-Geral da República, acusados de, entre vários crimes, conspirar contra o Estado e que teriam estado envolvidos em planos de golpe de Estado nas últimas eleições gerais.

Citado numa publicação da DW, o porta-voz da CAD, Justino Mondlane, entende que esta acusação da PGR é mais uma tentativa de silenciar as vozes críticas em Moçambique.

“Eu penso que, talvez, a PGR me queira colocar no Livro do Guinness, porque eu sou invisual e não vejo como podem acusar uma pessoa como eu de três crimes tão pesados, que seria impossível eu realizar”, afirma Mondlane.

“A primeira acusação é de que eu fazia conspiração contra o Estado moçambicano, a segunda é de que atentava à segurança do Estado moçambicano e a terceira é de participação nas manifestações violentas. Como é que eu poderia fazer isso, sendo uma pessoa cega? Seria a primeira vez no mundo que um cego faz um golpe de Estado”, prosseguiu.

O porta-voz da CAD entende não haver motivos para ser acusado por estes crimes, visto que “em primeiro lugar, porque a CAD foi excluída da corrida eleitoral, ilegalmente”.

“Há uma intenção clara de silenciar as vozes que são contundentes contra o regime. Venâncio [Mondlane] é um dos que grita muito; o presidente da CAD, Manecas Daniel, também. E eu sou a pessoa que tem organizado a CAD em termos de projetos políticos e tem elaborado os manifestos eleitorais para os municípios e para as eleições gerais. Portanto, estas três pessoas são consideradas como aqueles que podem pôr em causa a aceitação da própria Frelimo [no poder]”, sublinhou.

Entretanto, quanto ao futuro da coligação, o político apontou sobre a possível dissolução da CAD devido a suposto desentendimento interno. “Creio que a CAD não se vai manter unida. Acredito que, muito brevemente, haverá uma Assembleia Geral em que se poderá dissolver a CAD, porque há desentendimentos internos. Ainda assim, mesmo se a CAD não existir, poderá surgir um outro partido que poderá ocupar uma posição ao nível da oposição moçambicana.”

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