Ex-Vice-General Capitine Defende Reforma Profunda na FDAM para Maior Autonomia e Profissionalismo

 

O ex-vice-general Capitine, figura respeitada nas Forças de Defesa de Moçambique (FDAM) e com passagem marcante pelos altos quadros militares, voltou a gerar debate esta semana ao defender, publicamente, uma reforma estrutural nas Forças Armadas, visando maior autonomia institucional, despolitização e profissionalismo.

Em entrevista exclusiva a um canal privado, Capitine criticou a crescente influência política sobre as nomeações e decisões operacionais da FDAM. Segundo ele, a politização excessiva "mina a eficácia estratégica" das Forças e pode comprometer a neutralidade e a missão constitucional da instituição.

“A FDAM deve servir o Estado e não os interesses partidários. É hora de uma reforma que garanta mérito, disciplina e neutralidade como princípios orientadores”, afirmou Capitine.

O ex-vice-general propôs a criação de um estatuto militar renovado, com regras claras para promoções, formação contínua obrigatória para oficiais superiores, e mecanismos de supervisão civil independentes, mas não políticos.

Capitine também destacou a importância de investimentos na defesa cibernética, alertando para a vulnerabilidade crescente do país em áreas estratégicas.

A sua intervenção surge numa altura em que o papel das FDAM tem estado sob escrutínio, especialmente após operações militares no centro e norte do país. Analistas consideram que suas declarações representam uma visão reformista rara vinda de alguém com forte ligação ao sistema.

Fontes internas do Ministério da Defesa não comentaram oficialmente, mas fontes militares anónimas disseram que “as ideias de Capitine são discutidas, mas ainda há resistências internas à mudança”.

Capitine nega qualquer ambição de regresso à vida política, mas admite estar a trabalhar num livro sobre a ética militar e os desafios das forças armadas no século XXI em África.


Sem comentários

Deixe seu comentário

Com tecnologia do Blogger.