Nova companhia aérea travada em Maputo apesar de aviões prontos para operar
Apesar de já estarem estacionadas no Aeroporto Internacional de Maputo, as aeronaves da nova companhia aérea resultante da parceria entre a Solenta Aviation e a FastJet continuam impedidas de levantar voo. A previsão inicial, segundo o Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), apontava para o início das operações em Junho, o que representaria o fim do monopólio da LAM nas rotas domésticas.
Fontes próximas da operadora, citadas pela TV Miramar, confirmaram que os aviões Embraer 145 estão prontos, mas retidos por entraves burocráticos, principalmente relacionados com a emissão da licença de exploração. As mesmas fontes levantam a hipótese de interferência de grupos de interesse com o objectivo de travar a entrada da nova concorrência.
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Contactado pela estação televisiva, o presidente do Conselho de Administração do IACM, João de Abreu, afirmou que o início das operações estava efectivamente previsto para este mês. Confrontado com os motivos do atraso, disse desconhecê-los por estar de férias, mas garantiu que irá inteirar-se da situação.
A entrada da nova operadora é aguardada com expectativa por passageiros, que há anos dependem quase exclusivamente das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), frequentemente alvo de críticas por atrasos, cancelamentos e falhas de serviço.
Entretanto, a LAM vive também um período conturbado. Em Maio, Dane Kondić foi nomeado presidente do Comité de Gestão da transportadora, no âmbito do processo de reestruturação. Contudo, a 27 de Junho, a Air Botswana anunciou publicamente Kondić como o seu novo presidente do Conselho de Administração. Até ao momento, o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) e os restantes accionistas da LAM não esclareceram se ele mantém ou não funções em Moçambique.
Durante o balanço dos seus primeiros 100 dias de governação, o Presidente da República, Daniel Chapo, reafirmou que a reestruturação da LAM “é irreversível” e denunciou a existência de “raposas infiltradas” na companhia, promotoras de corrupção e “nhonguismo”. “Há quem não queira que a LAM tenha os seus próprios aviões”, declarou.
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