“O sonho de construir a nossa moçambicanidade ainda não se realizou” – Graça Machel

 

Moçambique mantém a utopia dos sonhos da distribuição dos ganhos da independência, mas tal ainda continua distante e “impossível”, apesar da esperança de dias melhores, de acordo com Graça Machel.

Falando sobre os ganhos e sonhos pela conquista da Independência Nacional em 1975, a viúva de Samora Machel – o primeiro Presidente da então República Popular de Moçambique – considera que o país se mantém firme, renovando as utopias para as novas gerações.

“Eu estou Feliz. Cinquenta anos depois, ainda estamos aqui, de pé, como um país, e a renovarmos a nossa capacidade de sonhar, de desenhar novas utopias daquilo que vocês os jovens querem ser e fazer. Por isso, o sonho da independência era sermos nós próprios, e ainda somos nós próprios. É por isso que ainda estou feliz” disse.

Segundo a Primeira-Dama do Moçambique independente, a libertação do colonialismo visava, essencialmente, assegurar que os ganhos fossem redistribuídos pelos moçambicanos. Todavia, reconheceu que esse desiderato não ainda não transcendeu a linha da utopia que se renova para as gerações.

“Nós queríamos pão para todos, e ainda não temos. Queríamos educação para todos, e ainda não temos. Queríamos condições boas de saúde para todos, ainda não temos. Queríamos habitação para todos, vocês jovens, ainda não temos. Queríamos um ambiente de aceitação maior uns para com os outros…, mas ainda há pessoas que categorizam as outras de acordo com o local onde nasceram. Isto é porque o sonho de construir a nossa moçambicanidade ainda não se realizou” notou.

Mais ainda, Graça Machel destacou que os objectivos jamais do bem comum jamais vão alcançar um ponto conclusivo.

“Há-de ser sempre uma obra inacabada. Nunca haverá um momento em que diremos que conseguimos tudo. Devemos ter a capacidade de reconhecer os degraus que nós fizemos, quais são os degraus que queremos realizar, mas há-de ser sempre uma obra inacabada, porque a resolução total e completa de todos os anseios, de todos os moçambicanos, é uma obra gigantesca, que se faz pedra a pedra, construindo novo dia” frisou.

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