Terroristas publicam vídeo de 18 minutos sobre ataques em Cabo Delgado e as “motivações por trás das incursões”
No vídeo reivindicativo em questão, o grupo fala dos governos de Samora Machel, Filipe Nyusi e Daniel Chapo, excluindo Joaquim Chissano e Armando Guebuza. “Pretendemos lutar em defesa dos princípios e da instauração de um governo totalmente islâmico até os últimos dias das nossas vidas”, revela o líder terrorista que aparece sentado e falando no vídeo em questão.
No mesmo vídeo, o grupo apresenta elementos do seu grupo treinando, atacando e até imagens da reunião da Cúpula da SADC que foi enviada para Moçambique para coadjuvar no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, mas posteriormente retirar-se-ia. Apresentam fotos do assalto a Quissanga, Palma, Macomia, Mocímboa da Praia, Chiúre e outros locais.
Apresentam imagens de operações violentas e militares moçambicanos mortos nas trincheiras. O grupo exibe armamento assaltado durante as incursões armadas e casas em chamas. No vídeo intitulado “Muzambik Wilayah” o que significa “Estado de Moçambique”, os terroristas fazem juramentos aos líderes superiores do Estado Islâmico e prometem combater o Exército ruandês que desde 2021 vem apoiando Moçambique no combate aos insurrectos em Cabo Delgado.
Ainda no vídeo, o grupo ataca o Presidente francês Emmanuel Macron, da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o antigo Presidente da República Filipe Nyusi e os ex-secretários de negócios estrangeiros e da defesa dos Estados Unidos da América, no Governo de Joe Biden. Para além destes aspectos, no vídeo os terroristas aparecem conduzindo um caterpillar, onde transportam uma embarcação.
Refira-se que este vídeo é publicado num momento em que o grupo realizou mais de 15 ataques entre Julho a primeira semana de Agosto do presente ano e o Governo moçambicano veio ao público, através do Porta-voz do Conselho Ministros, Inocêncio Impissa, afirmar que ainda investigaram se os últimos ataques foram protagonizados por terroristas ou Naparamas, estes últimos que no contexto de Cabo Delgado até o dia em que Impissa concedeu a conferência de imprensa eram tidos como parceiros do Governo no combate a este mal que desde Outubro de 2017 vem assolando aquela região e não só.
As declarações do Porta-voz do Governo levantaram vários questionamentos sobre a “idoneidade dos actuais dirigentes de Moçambique” em relação ao terrorismo em Cabo Delgado, onde desde 2020 para cá foi criada uma Força Local com Lei aprovada, reactivado os grupos de Naparamas e grupos de monitoria local que trabalham em cooperação com o Exército moçambicano, ruandês, a PRM, UIR, SERNIC e o SISE. Ademais, dias depois o Ministro da Defesa Nacional (MDN), Cristóvão Chume, prometeu uma resposta vigorosa contra os terroristas que actuam em Cabo Delgado.
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