Caso Telvino Benedito: Dois anos depois, morte de professor denunciante de corrupção segue sem respostas

 

Mesmo com a promessa de combate à corrupção por parte do novo governo, o caso do professor Telvino Manuel Benedito continua ignorado pelas autoridades, gerando indignação entre colegas, familiares e organizações da sociedade civil.

Telvino foi encontrado morto na madrugada de 2 de dezembro de 2023, em Mocuba, província da Zambézia. Dias antes, o educador havia denunciado publicamente um esquema de descontos ilegais nos salários dos professores da região, apontando envolvimento de figuras ligadas à administração local.

A denúncia, feita com coragem e apoiada por provas documentais, rapidamente ganhou atenção nas redes sociais e em meios de comunicação independentes. No entanto, a morte do professor, inicialmente tratada como um possível acidente, levantou suspeitas de assassinato relacionado à sua denúncia.

Até hoje, nenhum suspeito foi detido, e as investigações permanecem sem transparência. Familiares relatam falta de atualizações por parte da polícia e do Ministério Público. “É como se quisessem que esquecêssemos. Mas não vamos calar”, afirmou um parente próximo que pediu anonimato por razões de segurança.

Organizações de direitos humanos exigem justiça e proteção para denunciantes de corrupção. “A impunidade neste caso envia um sinal perigoso: de que quem denuncia corrupção está sozinho e desprotegido”, alertou uma ONG que acompanha o caso.

Enquanto isso, a comunidade escolar de Mocuba ainda lida com o luto e com o medo. Professores da região evitam comentar publicamente o caso, temendo represálias.

Com um ano se aproximando desde a morte de Telvino Benedito, a pergunta que permanece é: quem se beneficia com o silêncio?

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