Caso da mulher espancada por “tirar espiritualmente o sabor da comida” em Gaza chega ao Metramo

O insólito e preocupante caso da mulher que foi brutalmente espancada e amarrada durante uma cerimônia tradicional, na província de Gaza, ganhou novas proporções ao chegar às mãos do Metramo – Ministério da Terra e Ambiente, Tradições e Religiões Moçambicanas.

A vítima, identificada apenas como Madina, foi publicamente acusada por líderes locais e membros da comunidade de “tirar espiritualmente o sabor da comida”, durante uma cerimônia familiar de invocação aos antepassados. Segundo relatos de testemunhas, logo após o início da refeição ritual, várias pessoas alegaram que a comida estava “sem gosto”, o que gerou suspeitas de feitiçaria.

Em resposta, Madina foi amarrada a um tronco e espancada com bastões e cintos, sob aplausos e cânticos que misturavam orações e insultos. Só foi libertada horas depois, com o corpo coberto de hematomas e em estado de choque.

O caso gerou grande revolta nas redes sociais e entre organizações de defesa dos direitos humanos, que denunciaram a violência como uma clara violação dos direitos da mulher, além de refletir práticas supersticiosas perigosas que ainda resistem em algumas comunidades.

Fontes no Metramo confirmam que o ministério recebeu o dossiê e que uma comissão será destacada à localidade nos próximos dias para dialogar com líderes comunitários, averiguar os factos e promover sessões de sensibilização contra abusos cometidos sob pretextos espirituais.

A Polícia da República de Moçambique em Gaza também já confirmou que está a investigar os responsáveis pelas agressões, e que poderá haver responsabilizações criminais.

Enquanto isso, Madina encontra-se sob cuidados médicos e com apoio psicológico, recebendo também assistência de uma ONG local que atua na proteção de mulheres vítimas de rituais e violência comunitária.

O caso reacende o debate nacional sobre os limites entre práticas tradicionais e os direitos humanos garantidos por lei.


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